12/10/2015

Expliquem-me...

Eu já suspeitava, mas agora tenho a certeza.

Tenho agora a prova de que 98,61% dos eleitores são contra as pessoas, contra os animais, e contra a natureza.

Afinal, segundo alguns idiotas (gente com ideias, leia-se), se apenas 1,39% votaram no PAN, isto faz com que os restantes 98,61% sejam contra o que o PAN defende.

Segundo esta gente, cujo QI está claramente abaixo do QI do Homer Simpson, mas um pouco acima do QI de um cavalo (senão defecavam pelas ruas),  cerca de 61% dos eleitores votaram contra a PàF (PSD+CDS).

O problema é que, para além do baixo QI, têm também um problema de atenção. Afinal, não repararam que mais de 67% votaram contra o PS, mais de 89% votaram contra o BE, e mais de 91% votaram contra a CDU (PCP+PEV).

Agora, expliquem-me como se eu fosse muito estúpido (mais que um cavalo, mas com fraldas para disfarçar):
Como é que numa votação de votos positivos, se conseguem inferir votos negativos?
Façam de conta que eu não percebo nada de Matemática, nem de Lógica, nem nenhuma dessas coisas que claramente vocês não percebem, e tentem explicar-me isto em linguagem que vos seja acessível. Sim, mesmo que seja de baixo nível.

Respondam com um exemplo, se vos for mais simples.
Tipo isto:
Têm 20 filhos.
Pedem-vos para eleger aquele do qual gostam mais.
Votam positivamente num deles.
E os outros inferem que são odiados, porque ao terem votado positivamente num, automaticamente votaram contra os restantes 19. Que, obviamente, foram deserdados e postos fora de casa...

Quanto aos eleitores, que votaram positivamente num partido, e que estão a ver o iminente entendimento com uma força política contra a qual eventualmente votariam (mas não votaram), paciência.
É que os partidos já garantiram a subvenção do vosso voto, e que sai dos nossos impostos, por isso já se estão a cagar (olha... se calhar até são mais estúpidos que um cavalo) para o que vocês querem.
Neste momento estão mais preocupados em ter tacho, porque a subvenção que já está garantida vai para o partido (no caso do PS apenas transita pelo partido até chegar aos credores). Sendo que o Costa ainda tem outro problema, para além da falta de tacho... a falta de continuidade à frente do PS.

Mas não desesperem, daqui a 6 meses teremos outras eleições legislativas.
Yupiiiiii!!!

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Nota aos partidários do PAN:
Não desesperem, ninguém votou contra vocês. Acontece apenas que, há aí uma cambada de idiotas que não têm QI suficiente para compreender que não é possível inferir votos negativos partindo de uma recolha de votos positivos. E espero que daqui a 6 meses já tenham mais um deputado (e agradeçam ao PASOK.PT).

Segundo a Constituição...

Parece que anda tudo a dormir...
Diz a Constituição da República Portuguesa:
Artigo 187º
(Formação)
1. O Primeiro-Ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais.
Sublinho:
tendo em conta os resultados eleitorais
A Constituição não diz "tendo em conta coligações pós-eleitorais", nem "tendo em conta entendimentos pós-eleitorais".
Ao Presidente, cabe apenas convidar para Primeiro-Ministro aquele cujo vencedor das eleições indicar.
E aqui não interessa estar a discutir se é o que tem mais votos, ou mais deputados, porque a PàF (ou mesmo apenas o PSD) tem mais votos e mais deputados que qualquer outra das forças políticas que se apresentou a eleições. Esta poderá ser outra questão noutras eleições, não nesta.
Caso a solução seja algo diferente desta, não estaremos no capítulo ponto 1. do Artigo 187º, mas sim no capítulo de um Governo de Iniciativa Presidencial.

Quanto ao PS, arrisca-se a ser a versão portuguesa do PASOK.
Qualquer pessoa mais atenta percebe que a maioria do eleitorado do PS é também do PSD. São eleitores que ora votam num, ora votam noutro. Isto significa que a maioria do eleitorado PS está mais próximo da direita do que da esquerda.
Assim sendo, com a aproximação do PS à esquerda, este eleitorado abandonará o PS a favor do PSD. Continuando nesta aproximação à esquerda, o PS arrisca dar maioria absoluta ao PSD daqui a 6 meses. Ao mesmo tempo será reduzido à terceira, ou mesmo quarta força política, uma vez que os eleitores PS de esquerda por voto útil irão passar para o BE.

Quem mais ganha com a aproximação do PS à esquerda é o PSD.
O segundo maior beneficiado será o BE, com o fim do voto útil no PS, e PCP também.
O CDS também irá beneficiar da ausência da necessidade do voto útil no PSD.

E o PS será o único prejudicado.
Mesmo sem contar com a possibilidade do impacto das divisões internas que já são públicas, o PS deverá ficar reduzido a muito menos de 20% dos votos numas eventuais eleições legislativas em 2016.

Um governo PS aliado à esquerda, ou simplesmente uma força de bloqueio de um governo da direita, não será muito negativo para o país. Em princípio será apenas um incómodo de 6 meses. Mas será certamente muito negativo para o PS.